Friday 26 March 2010

Um cego com lanterna


Um dia um cego foi visitar um amigo. Este, querendo ajudá-lo, e porque era noite, emprestou-lhe uma lanterna. O cego disse que infelizmente a luz não lhe serviria para nada. Porém, o amigo insistiu, dizendo que ao menos assim os outros o detectavam melhor e se desviariam dele.
E lá se pôs o cego a caminho. Fazia vento e a lanterna apagou-se. Logo à frente, alguém se esbarrou contra ele. - Mas então você não via a luz?, exclamou o cego.
-Não, retorquiu o caminhante, pois a sua lanterna vai apagada.
Então o cego pensou que se o amigo realmente o quisesse ajudar, teria sido melhor ter-lhe oferecido a cama para pernoitar ou entao acompanhá-lo até casa. Talvez a lanterna fosse um triste remedeio de verdadeira ajuda, quase como os pais que dão muitos brinquedos aos filhos em vez de lhes dar amor e companhia.

O Rei e o Ouro


Conta a mitologia grega que o rei Midas da Frigia, estonteado pelo brilho do ouro, obteve de Dionísio condão de transformar em ouro tudo o que encontrasse.

Assim, à hora do almoço, tudo se transformou no precioso metal e não pode comer. Ia a acariciar uma criança e esta em ouro se transformou. Foi para cheirar uma flor, e ei-la em ouro transformada...

Estava desesperado e a pontos de morrer à fome. Suplicou então novamente a Dionísio que lhe retirasse esta maldita faculdade. Isso lhe foi concedido e recomeçou a sentir a simplicidade das coisas e a alegria de viver.